Certificações ABIC e PQC.

O consumidor brasileiro está em busca de um café com mais qualidade e a indústria tem de trabalhar para satisfazer esse desejo. É com base nessa percepção, crescente nos últimos quatro anos, quando o ritmo de avanço do consumo doméstico diminuiu, que a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) decidiu reforçar seu Programa de Qualidade do Café (PQC). O programa de certificação, existente há 12 anos, tem hoje a adesão de 110 empresas entre as 400 associadas da entidade no país.

A adesão ao programa é voluntária e continuará a ser nos próximos três anos, mas o plano é que passe a ser mandatória a partir daí. ”Queremos usar o programa para melhorar a qualidade média do café consumido pelo brasileiro”, diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. Segundo ele, as 10 maiores empresas do setor estão entre as 110 que já participam do PQC e têm o selo de qualidade Abic. A intenção é atrair agora mais pequenas e médias empresas.

Essas companhias de menor porte, afirma, precisam investir na qualidade do seu produto para agregar valor e garantir rentabilidade, uma vez que não têm escala para concorrer com os grandes players. Além disso, a competição no mercado é crescente.
O plano da Abic é elevar, em três anos, o número de empresas associadas que adota o programa. Hoje, são 110 com 600 produtos. Em três anos, seriam 220 companhias e 750 produtos.

O selo de qualidade da Abic tem três categorias: Tradicional, Superior e Gourmet. A meta da associação é ampliar para 200 o número de produtos com o selo Superior – hoje são 132 itens – e para 200 os da categoria Gourmet, atualmente em 155 produtos.

Segundo Herszkowicz, ainda que não apontem explicitamente a questão da qualidade, pesquisas recentes, realizadas sob encomenda para a Abic, mostram que os consumidores estão mais exigente, mais informados e mais curiosos em relação ao café. O segmento de cápsulas foi um dos estímulos para esse maior interesse, avalia. ”Há consumidores dispostos a pagar mais por um café de melhor qualidade”, reitera.

Para obter o selo de qualidade da Abic, as torrefadoras têm de atender a vários requisitos em relação às características do café que comercializam e ao processo de fabricação. Numa das fases do processo de certificação, em laboratórios credenciados pela Abic, provadores fazem a análise sensorial da bebida para determinar a qualidade global e em que categoria será classificada. Em outra etapa, são verificadas as condições de controle e higiene do processo, o controle de qualidade na ”blendagem”, torração e moagem e do processo de embalagem do cafe. Outra exigência é que não haja emprego de mão de obra infantil na indústria.

Entre as estratégias da Abic para ampliar a adesão das empresas ao programa estão reuniões regionais em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Goiás, onde a entidade tem associados. O objetivo é convencer as empresas da necessidade de melhorar a qualidade do café.

Essa nova etapa do programa de qualidade da Abic tem uma novidade: a certificação de cafés em cápsulas. Conforme o dirigente, 12 empresas, das cerca de 90 desse segmento no país, já indicaram interesse no programa.

Além do reforço em seu programa de qualidade, a Abic também está investindo R$ 2 milhões numa campanha de marketing para estimular o consumo de café no país. As ações começam amanhã, Dia Nacional do Café. A campanha inclui merchandising em programas na TV aberta, inserções na TV fechada, além de anúncios programados em redes sociais e em revistas especializadas do varejo.

09abril
2018
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